A fortuna sorriu para mim, e ela tinha esse rosto.
Começo da tradução do artigo
de Jean Elizabeth Seah
https://ignitumtoday.com/2017/01/19/laughing-at-death/
Rindo da Morte
Viver da fé
inclui o chamado a algo maior que autopreservação covarde.
- Kurt D. Bruner, Kurt Bruner, Jim Ware,
Finding God in the Lord of the Rings[1]
No entanto, eu
detesto a ideia de me aniquilar tanto agora como sempre fiz. Penso com tristeza
em todos livros que li, todos lugares que vi, todo conhecimento que acumulei e
que não haverá mais. Toda a música, todas as pinturas, toda a cultura, tantos
lugares: e de repente nada....Se isso tivesse enriquecido a terra; se tivesse
dado à luz a... o quê? Uma colina? Um foguete? Mas não. Nada terá acontecido.
- Simone de
Beauvoir
Num jantar, eu contei
as histórias dos martírios de São Lourenço de Roma e São Thomas More para meu
amigo ateísta, ao que ele respondeu curtamente, "Eles zoaram quando
estavam prestes a morrer? Não consigo acreditar nisso."
"Thomas More teve
um julgamento - tudo que ele disse está registrado em documentos da
corte," eu repliquei.
Esses dois santos são
famosos pelas suas gastações pre-mortem. São Lourenço, patrono dos diáconos,
cozinheiros, e comediantes, exibiu verdadeira coragem sob fogo: enquanto ele
era grelhado até a morte, ele gritou, "Assum est. Versa et
manduca." ("Está tostado já. Pode virar e dar uma mordida.")
Thomas More, embora
não torturado fisicamente, certamente passou por intensas turbulências
emocionais na Torre de Londres, sabendo que se apenas fizesse o Juramento de
Supremacia, ele poderia voltar à sua amada família, que mergulhou em pobreza
com a perda do ganha-pão. Ainda assim, enquanto ele subia o patíbulo, ele disse
educadamente: "Peço para você, Sr. Tenente, que me ajude aqui a subir essa
escada, porque para descer a minha cabeça consegue rolar sozinha". Pouco
antes de ter a cabeça cortada, Thomas More ainda exortou ao executor que
tivesse cuidado com sua barba, dizendo, "Esse pelo aqui não ofendeu o
rei."
Um casal de outros
santos ingleses mostraram o mesmo bom humor. Beato John Sugar disse no
patíbulo, "Fiquem todos felizes, pois aqui não é ocasião de tristeza e sim
de alegria: porque mesmo que eu vá ter um jantar afiado, eu confio em Jesus que
vou ter a mais doce ceia."
São John Roberts não
se deu por vencido: "Mesmo morrendo no caldeirão de Tyburn, Roberts
surpreendeu a multidão com seu espírito alegre, brincando, 'Aqui está um café
da manhã bem quente apesar do clima frio', enquanto ele olhava para o fogo que
lhe fervia a parte de baixo."
Como conseguiam eles
rir na cara da morte? Todos os três viveram em tempos de perseguição religiosa,
e todos desistiram de tudo que tinham para professar a fé.
Como podemos nós,
também, rir na cara da morte?
Porque sabemos que a
morte não é o fim. A morte é um novo começo, onde nós poderemos, finalmente,
ver face a face a fonte da Vida, o amor em Si.
S.Paulo escreveu com
uma honestidade devastadora aos Coríntios: "Se esperamos em Cristo
somente nessa vida, somos os mais miseráveis dos homens." (1 Cor.
15:19) Ele continua: "Mas agora Cristo está ressuscitado dos
mortos, os primeiros frutos daqueles que dormem: Pois por um homem veio a
morte, e por um homem a ressurreição dos mortos. E como em Adão todos morrem,
em Cristo todos haverão de viver."
Recentemente fui à
conferência anual "Spirit in the City"[2]
em Brisbane, onde o Arcebispo Mark Coleridge falou sobre Cristianismo e
paganismo. Ele disse: "A cultura pagã é essencialmente auto-referente e
aprisionada na auto-adoração do mundo. *Do ut das*: Eu dou para que você *me*
dê. *Eu* sou o foco real. É um mundo de fazer permutas numa lógica de troca
estrita, onde você sacrifica para deuses caprichosos para manté-los sendo
legais. É um mundo onde a morte é última não-negociável."
O arcebispo Coleridge
refletiu que a frase pagã "carpe diem", encapsula como a
esperança é frágil e evapora no final. Ele continuou, "O cristianismo faz
nascer um novo mundo que olha para o outro e adora o Outro. Ele se liberta da
tirania de si mesmo."
"Com a Páscoa, a
morte não tem mais a última palavra. A Páscoa nos dá esperança genuína, não uma
esperança cosmética, nascida de algo que parece ser sem esperança. A bíblia
mostra uma história de sangue, suor, e lágrimas das quais surge um grito de
júbilo conquistado a duras penas, inimaginável nos parâmetros do mundo pagão. A
lógica da permuta é quebrada; Deus derruba todo status quo anteriormente
inegociável."
Meu bom amigo Budista
uma vez escutou pacientemente enquanto eu explicava a ela a Ressurreição. Eu
reconheci, "É de explodir a cabeça!" Mas se há um deus onipotente,
não poderia Ele fazer o aparente e espantoso impossível? Não poderia Ele
escolher ser humano, morrer, e ascender dos mortos? Será a doutrina da
Ressurreição menos razoável que a reencarnação?
A Bono entendeu a
diferença entre graça e karma: "O motivo da morte de Cristo é que
Cristo tomou os pecados do mundo para que o que nós tomamos não volte para nós
mesmos, e que nossa natureza pecaminosa não nos cause a morte óbvia. Essa é a
razão. Deveria nos manter humildes... não é nossa própria bondade que nos faz
passar nos portões do Céu."
Cristãos são livres
para rir na cara da morte, porque a morte não é o fim. Em vez de desesperos
finais como de ateístas iguais a Simone de Beauvoir, nós possuímos a esperança
eterna, a paz duradoura, alegria profunda.
Pois Deus não nos
deu espírito de medo: mas de poder, e de amor, e de sobriedade.
- 2 Timóteo 1:7
Mas santifiquem
nosso Senhor Jesus Cristo em seus corações, estando sempre preparados para
satisfazer todos que lhe perguntarem a razão da esperança que está em você.
- 1 Pedro 3:15
"Um cardeal
da Igreja visitou [Chiara Luce Badano][3].
Ele disse, 'Essa luz em seus olhos é incrível. De onde ela vem?' 'Eu tento amar
Jesus o máximo que eu posso.'.... Dá uma boa olhada nesses olhos em seu leito
de morte. Não fazem nenhum sentido. A menos que algo dessa coisa invisível seja
de fato real.... A única coisa que vai nos dar isso no nosso leito de morte -
nem mesmo no nosso leito de morte, mas nos dar quando acordarmos de manhã e
escovarmos os dentes - é se Deus que ama você, o Autor da vida, e o final da
história sendo o céu, é bom e real. Realmente real...tão real quanto o chão que
seu pé está pisando. Só se isso é verdade é que nós podemos ter essa
[alegria]."
- Chris Stefanick, "Absolute
Relativism: The New Dicatorship and What to Do About It"[4]
"Apesar da
doença, ela não perdeu a alegria..."
- Esteban Pittaro, "Exclusive: The
death of Sister Cecilia; the rest of the story,"[5]
Aleteia
Esta é a noite
quando Jesus Cristo quebrou as correntes da morte e ascendeu triunfante do
túmulo. Que bem seria para nós se Cristo não tivesse vindo como nosso Redentor?
- Proclamação da
Páscoa (Exsultet)
"Mas as
almas dos justos estão na mão de Deus, e nenhum tormento os tocará.
Aparentemente estão mortos aos olhos dos insensatos: seu desenlace é julgado
como uma desgraça. E sua morte como uma destruição, quando na verdade estão na
paz! Se aos olhos dos homens suportaram uma correção, a esperança deles era
portadora de imortalidade, e por terem sofrido um pouco, receberão grandes
bens, porque Deus, que os provou, achou-os dignos de si. Ele os provou como
ouro na fornalha, e os acolheu como holocausto. No dia de sua visita, eles se
reanimarão, e correrão como centelhas na palha."
Sabedoria 3 1:7
“Ao lado do
terror do julgamento de Deus, as atrocidades do tirano totalista são
alfinetadas. Um homem intoxicado por Deus, sabendo que o amor divino e a ira
divina são apenas aspectos diferentes de uma unidade, é sustentado contra o
pior que este mundo pode fazer a ele; enquanto o homem de boa índole, sem
ambição, sem religião, sem medo de julgamento final, negando que foi feito para
a eternidade, não tem nele nenhum ferro para manter a ordem, a justiça e a
liberdade."
"Mero
interesse próprio esclarecido se submeterá a qualquer mal forte. Em um aspecto
ou outro, o medo insiste em forçar a si mesmo em nossas vidas. Se o temor de
Deus for obscurecido, então o medo obsessivo do sofrimento, pobreza e doença
virá para a frente; ou se um estado bem amortecido mantém a maioria dessas
preocupações sob controle, então as neuroses atormentadoras do homem moderno,
sob os rótulos de 'insegurança' e 'ansiedade' e 'inferioridade constitucional',
serão o modo dominante de medo. ”
- Russel Kirk, The Rarity of the
God-Fearing Man[6]
"Quando nos
sentirmos ousados demais, lembremo-nos de nossa própria fraqueza. Quando nos
sentirmos fracos, lembremos da força de Cristo. Em nosso medo, lembremo-nos da
dolorosa agonia de Cristo de que Ele mesmo sofreria para nosso conforto diante
de Sua paixão, a fim de que nenhum medo nos fizesse desesperar. E sempre peça
Sua ajuda que ele mesmo quer nos enviar. E então nunca precisamos duvidar de
que Ele nos protegerá da morte dolorosa, ou não falhará em nos fortalecer para
que Ele nos leve alegremente ao céu por meio dela. E então Ele faz muito mais
por nós do que se Ele nos protegesse dela. Pois assim Deus fez mais pelo pobre
Lázaro ajudando-o pacientemente a morrer de fome à porta do homem rico do que
se tivesse trazido à porta todo o jantar do comilão rico, assim, embora Ele
seja gracioso com um homem a quem ele tira de sofrimento doloroso, Ele ainda
faz muito mais por um homem se por meio da morte dolorosa e correta Ele o
libertar deste mundo miserável para a bem-aventurança eterna."
- St.Thomas More, Dialogue of Comfort
Against Tribulation
"Diz no catecismo
que a morte não é nada senão a separação da alma do corpo. Bem, eu não tenho
medo de uma separação que vá me unir para sempre com o bom Deus.
- Santa Teresa de Lisieux.
[1] https://books.google.com.au/books?id=pB8VdQFHa5kC&pg=PA40&lpg=PA40#v=onepage&q&f=false
[2] http://spiritinthecity.info/
[3] https://www.thedivinemercy.org/articles/generation-x-gets-blessed
[4] https://www.youtube.com/watch?v=abGELJJZ2fo
[5] https://aleteia.org/2016/06/27/exclusive-the-death-of-sister-cecilia-the-rest-of-the-story/
[6] http://www.kirkcenter.org/index.php/bookman/article/the-rarity-of-the-god-fearing-man/
Lindo!!!
ResponderExcluirQue bom que gostou
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